"O som não permanece neste mundo; ele desaparece no silêncio."
Daniel Barenboim

sábado, 30 de janeiro de 2010

CARRERAS DOMINGO PAVAROTTI

Franco Zefirelli, em um documentário, deixou escapar que daria um braço para cantar um agudo de tenor em um grande teatro lotado. Algumas pessoas sabem bem o que ele quis dizer. Todas as vozes - sopranos, meio-sopranos, contraltos, tenores, barítonos e baixos - cantam grandes agudos. Cada um na sua tessitura. Todos são potentes, impactantes... mas, um agudo de tenor é algo que pega no âmago do ser (quando bem feito, claro!). Sabendo disso, vivendo isso dia-pós-dia, os tenores acabam sentindo-se seres... digamos... especiais. Uma piada recorrente no meio lírico, explica bem o que quero dizer: tenor não é voz, é patologia. Parece uma piada, mas o ego de um tenor só é menor que o de um maestro. Não se pode imaginar toda a parafernalha contratual que possibilitou o encontro desses três senhores. Naquela belíssima noite em Caracalla, no ano de 1990, estavam ali, naquele palco de sonhos, Carreras, Domingo e Pavarotti. Cada um cantou as árias que escolheu. Mas, e como junta-los num trio? Foi contratado o grande arranjador Lalo Schifrin, responsável pelo belo pout-pourri que, finalmente, juntava i tre divi! Eu nem consigo imaginar o que foi aquela noite!

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