"O som não permanece neste mundo; ele desaparece no silêncio."
Daniel Barenboim

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

SAIA JUSTA

No último sábado cantei em um evento aqui em São Paulo. Eu deveria cantar um repertório de canções napolitanas. Chuva, falta de luz... Cantei a luz de velas e as pessoas curtiram muito. Antes disso, porém, me deparei com uma situação até bastante comum: aguardávamos a vinda das pessoas de um outro salão e um encarregado que ali estava, pediu que fossemos fazendo um "sonzinho" pra chamar o público. O que, para uns, seria uma coisa absolutamente normal, para nós, músicos eruditos, não é. Em primeiro lugar, não improvisamos. Segundo, estudamos muito para que as pessoas usufruam da música, da arte que lhes oferecemos. Logo, som ambiente não é a nossa praia. As pessoas, claro, não sabem desses detalhes. O tal "faz um sonzinho aí" mexe um bocado com nosso ego. E mais: temos que dizer que não haverá "sonzinho". Daí somos grossos e metidos. Falei apenas a verdade: "nós não fazemos sonzinho".

Um comentário:

Tais Luso de Carvalho disse...

Esse tipo de coisa é lamentável. Lembro que Chico Anísio queixou-se disso: ‘hei, conta uma piadinha aí...’ Não lembro bem a resposta, mas fez o ‘dito’ se recolher. São coisas que os artistas enfrentam sempre. Gostei muito de seu blog, parabéns.

Abraços
Tais luso